13 abril 2009

O papel do Brasil no cenário das mudanças clímaticas

Segunda-feira, 14 de abril

"...Muito já se foi falado, mas pouco foi feito sobre o Aquecimento Global."








Desde que o IPCC( Painel Intergovernamental sobre Mudanças Clímaticas) divulgou seu ultimo relátorio em fevereiro deste ano, a questão clímatica está na agenda de vários governantes, jornalistas e pesquisadores. A redução da incerteza sobre a responsabilidade humana no aumento das temperaturas globais e a constatação de que a mudança climática já é uma realidade vem causando grande impacto na opinião pública, sem, infelizmente se traduzir em atitudes efetivas para mitigar as conseqüências das transformações climáticas que estão por vir.





Segundo o Físico Luís Pinguelli, da UFRJ, estudos feitos em 2006, mostram que o consumo de energia per capita dos países vem aumentando e que as reduções de CO2 propostas pelo Protocolo de kyoto também estão bem longe de ser compridas e uma primeira avaliação feita pelas Nações Unidas traz resultados decepcionantes, houve apenas 3,3% de queda das emissões de CO2 nos países ricos em 15 anos.




O Prof. Eduardo Viola, do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília, confirma a obsolescência da Convenção de Mudanças Globais e do Protocolo de Kioto em relação a classificação dos países pertencentes ao Anexo 1 ( aqueles que obrigatoriamente estabeleceram metas de redução de emissões de gases de efeito estufa), uma vez que não estava previsto o super crescimento da China e da Índia, países que juntos possuem 35% da população mundial. O Professor acredita que há a necessidade de grandes negociações entre os maiores emissores de CO2, que hoje são: Estados Unidos, União Européia, China, Rússia, Japão, Índia, Brasil, Canadá, Austrália, África do Sul, México e Indonésia.

Para ele, o Brasil deveria assumir uma atitude pró-ativa no que diz respeito à redução das emissões de CO2. Diferente dos países desenvolvidos cujas emissões dizem respeito à queima de combustíveis fósseis o Brasil se beneficia do potencial hidráulico de seus rios gerando 88% da energia consumida no país. Lamentavelmente as queimadas respondem por aproximadamente 70% das emissões brasileiras de gases do efeito estufa, indicando o mau uso do solo. Comprometendo-se com metas de curto prazo para frear o desmatamento que hoje corresponde a uma média de 20 mil ha/ano, propondo-se a reduzir este número para uma taxa anual de 7 mil ha/ano, o Brasil assumiria uma posição invejável e respeitável, com custos muito mais baixos do que aqueles com que a União Européia terá que arcar para atingir sua meta de redução de 20% das emissões, por exemplo.




Para Britaldo Soares Filho, do Centro de Sensoriamento Remoto da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), “o próximo protocolo do clima que suceder Kyoto tem que contemplar créditos de carbono devido ao desmatamento evitado. Isso renderia, com o custo da tonelada de carbono colocado de US$ 5, mas já se fala em US$ 20, algo entre 80 a 320 bilhões de dólares na comercialização dos créditos de carbono. Este é um valor extremo e corresponde à diferença entre o pior para melhor cenário de desmatamento futuro e admitindo que a área que pode ser evitada é de 1 milhão de km2 ”. O investimento anual em conservacão na Amazônia hoje é US$0,06bi, enquanto hoje o gasto com subsídios agrícolas na Europa é da ordem de US$ 180 bi e nos EUA US$ 120 bi.


Por isso o Brasil tem que mostrar serviço, quando fala de Mudanças Clímaticas, temos que mostrar que somos um País preocupado com o futuro do mundo.











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